quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Jerusalém - A Cidade Velha

A Capital do estado de Israel é, provavelmente, a cidade mais controversa do mundo. Está sob suas costas a origem de duas das três religiões monoteístas do mundo: judaísmo e cristianismo, e sendo um cenário de extrema importância para o islâmismo (não surgiu aqui, mas tem bases nos profetas e culminou com a ascenção de Maomé onde hoje fica a Cúpula da Rocha). Milênios de disputas para dominá la, independentemente do motivo, é o que a faz a cidade a mais controversa, na minha opinião.
Obtido junto ao Wikipedia. Autor: Michael Netzer
A idade da cidade é incerta, mas há escavações que determinam cerca 6 mil anos, o que é acima do que a Torá indica, que considera que foi fundada por Sem (filho de Noé) e Éber (bisneto de Noé).
Teoricamente a cidade foi reunificada em 1967, quando estava divida entre Israel e Jordânia, que ocupava os territórios palestinos (daí a origem do nome Cisjordânia na língua portuguesa). Digo que foi teoricamente reunificada pois embora a circulação em toda a cidade seja livre, judeus israelenses dificilmente se sentem seguros em caminhar na porção oriental da cidade, com exceção ao Monte das Oliveiras e Universidade Hebraica, e da vez que eu fui, estava sob proteção de segurança particular, e na região norte da cidade é possível visualizar parte dos muros de separação, que embora sejam uma vergonha na política externa de Israel, também diminuiram em muito os atentados com homens bomba em toda Israel. Neste momento eu não tenho conhecimento suficiente para abordar sobre esta e outras polêmicas, e por isto vou me dedicar apenas a Cidade Velha no momento.
Portão de Jaffa
Jerusalém é extremamente turística, e visando também um incremento no turismo, assim como nos negócios, está previsto para Abril 2018 a inauguração de um trem bala desde Tel Aviv, pois a linha de trem atual foi construído no período de domínio do Império Otomano, o que faz a viagem entre as duas cidades durar 1h 20min, ante os 28 min, além da estação central ser ao lado do terminal central de ônibus.
Como há muito a descrever de Jerusalém, vou me dedicar a questões práticas de turismo:
Embora seja uma cidade religiosa, não implica em fazer turísmo religioso. O pano de fundo de muito do que há na cidade envolve a religião, porém também num aspecto muito mais histórico do que propriamente de rezas ou afins.
A Cidade Velha, ou Cidade Antiga, é uma área murada de aproximadamente 1 km², onde se concentram 4 bairros, sendo o Cristão, que está sob controle do Patriarcado Católico Ortodoxo Grego, entre os portões de Jaffa e Damasco, quarteirão muçulmano, nos portões de Damasco e Leão, avançando até a entrada da esplanada das mesquitas, ou Monte do Templo, o bairro judaico, que fica ao lado do Monte do Templo, e avança entre os portões de Detritos (Dung) e Zion, e o bairro armênio, que embora também seja cristão, tem o seu próprio patriarcado, e vai desde o Portão de Zion até o de Jaffa.
Fonte no Muristan, ao lado da Igreja do Santo Sepulcro
Cada um destes bairros, ou quarteirões como as vezes são chamados, tem suas próprias características, embora tenham construções parecidas.
Dentro da Cidade Velha não há apenas comércio, bares e restaurantes e pontos de adoração religiosa. Há hotéis, albergues, museus, além de residências. Sim, há pessoas que moram nos quatro cantos da Cidade Velha.
E embora haja esta divisão, isto não impede que qualquer pessoa cruze por seus espaços públicos, sendo muito comum judeus andarem no quarteirão muçulmano, muçulmanos no quarteirão cristão, e assim por diante, além dos milhares de turistas que circulam diariamente.
O quarteirão Armêno é o mais inacessível de todos, tendo pouco comércio, pois a maior parte dele é um Monastério, Seminário e um cemitério.
Rua São Dimitrius
O quarteirão Cristão já possui menos locais de acesso restrito, e logo na entrada do Portão de Jaffa, ve se um hotel, e por suas ruas, especialmente no interior, pouco comércio, sendo ele mais forte na próximidade da Igreja do Santo Sepulcro, onde há a presença tanto de gregos, russos e árabes cristãos.
O quarteirão muçulmano é o maior e o mais cheio de comércio, assim como pequenas mesquitas de fácil acesso - embora neste caso eu recomende perguntar se é possível acompanhar uma reza, se for da sua vontade, e quais regras devem ser seguidas para manter o respeito. O acesso a Esplanada das Mesquitas é proibido apenas a judeus, para evitar possíveis provocações, e ainda assim, a recomendação judaica é de judeus não transitarem ali, pois eventualmente circulariam sobre o local onde estava o Santo dos Santos (Kodesh Hakodashim), que era local de acesso restrito aos Sumo Sacerdostes e Levitas. A visita de turistas não judeus, até onde eu saiba, é liberada, porém aconselho discrição nas roupas tanto para homens como mulheres, que alias, talvez tenham que usar um véu para cobrir os cabelos.
Comércio próximo ao Portão de Damasco
O comércio é variado e destinado tanto para o público muçulmano, como especialmente cristãos das diversas variantes, judeus e turistas de qualquer religião. Os mais bonitos são as porcelanas. Como judeu, eu não recomendo comprar nenhuma peça judaica, pois em muitos casos que eu pude ver, não estão de acordo com as leis judaicas, como misturar o símbolo da Menorá com o peixe, ou seja, mistura de signo judaico e cristão, o que para mim, soa como desrespeitoso. Porém minha recomendação máxima é evitar passar para dar uma "olhadinha", coisa típica de brasileiro, e ou pegar o produto na mão, outro péssimo hábito brasileiro - para os muçulmanos, quem sai para ir a um comércio, vai para comprar, e não faze-lo é quase uma ofensa; são bastante insistentes, por vezes seguindo e deixando o turista bastante desconfortável e constrangido. Comigo, ao saber que sou brasileiro, o que é quase sempre um passaporte diplomático, puxam assuntos diversos, eventualmente falam em português ou uma espécie de espanhol, tentando lhe convercer que aquilo que ele vende é uma iguaria, quase como se eu estivesse comprando trufas pretas na Itália. Eu escapei dizendo que como era Shabat, pensei que não havia comercio aberto e estava sem minha carteira, e recebi uma bela cara feia junto. Na verdade, se mesmo assim você for abordado, deve ser firme e dizer não e seguir em frente, se parar para argumentar eles entenderão que tem uma chance.
Tranquilidade pré Shabat na rua Habad
O quarteirão judaico contém um comércio relativamente fraco, pois na maior parte ele é tomado de escolas religiosas (Yeshivá), sinagogas, centros de convenções, cabelereiros e algumas escavações. O comércio é mais tranquilo, onde o brasileiro que quiser "dar uma olhadinha" poderá faze lo sem constrangimentos, e os bares e restaurantes são todos conforme as leis dietéticas judaicas (Casher ou Kosher: diferença apenas de pronúncia) em espaços mais abertos, diferenciados se são para alimentos a base de carne, laticínios, que não podem ser misturados ou neutros (Parve). Há também mini mercados, mas é sempre bom lembrar que da tarde de sexta-feira até a noite de sábado, o comércio não funciona, por ser o Shabat, o dia do descanso.
Obviamente é pelo quarteirão judaico que se acessa o Muro Ocidental, através de 4 check points, onde todos passarão por diversas câmeras de reconhecimento facial, incluindo algumas escondidas, detectores de metais e bolsas e mochilas passarão por detectores a base de raio X, podendo ainda serem checados manualmente na sua frente.
É difícil dizer se há algum dos quarteirões que não possua algo de sagrado de outro grupo religioso. Por exemplo, no quarteirão cristão, há mesquitas, o local mais sagrado do judaísmo, o Monte do Tempo, está sob domínio muçulmano do Reino da Jordânia, pois sobre eles estão a Cúpula da Rocha e a mesquita de Al-Aqsa. No quarteirão judaico há mesquitas desativadas. No quarteirão muçulmano há tanto o convento Ecce Homo, como a igreja de Santa Anna.
Clima bastante descontraído na praça Hurba, próximo ao Muro.
Com relação a segurança, o mais seguro de todos, na minha opinião, é o judaico. É visivel a tranquilidade, até pela calmaria no comércio, mas isto não implica que os demais sejam perigosos, mas especialmente o quarteirão muçulmano é onde ultimamente ocorrem protestos diversos e em julho/2017 dois policiais drusos foram mortos, depois gerando uma onda de confrontos, felizmente apaziguadas. Antes destes últimos confrontos, eu andei a noite por quase todo o quarteirão muçulmano e me senti seguro; em todos os cantos é fácil ver câmeras e policiais fardados e a paisana andando.
É portanto, um local que vale a pena gastar pelo menos um dia inteiro de caminhadas entre os Portões, "se perder" ali dentro. Pra mim, a sensação de estar pisando em mais de 3 mil anos de história é de uma emoção indescritível.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Muçulmanos pró Israel, é possível?


Conforme aumentam os movimentos anti Israel, que em muitos casos são não apenas anti sionistas, como anti semitas, cresce também o número de muçulmanos, normalmente árabe israelense, que aos poucos e timidamente adotam um tom pró Israel.
Antes de avançar, vou delimitar um ponto que gera bastante confusão:
Árabe é uma etnia. Um árabe pode ser muçulmano, como aparentemente é na maioria dos casos, cristão, judeu, ateu ou ser de qualquer outra crença.
Embora geralmente a população árabe/muçulmana seja próspera aqui em Israel, como muitos tem parentes em países que não podem mais entrar como Líbano (os israelenses não podem entrar na maioria dos países de origem muçulmana, não importando a religião), mas mantém contato entre si, e nutrem um certo sentimento que varia do ódio a Israel e qualquer símbolo judaico, como um remorso por estarem relativamente bem aqui. Israel, portanto, representa uma ferida no Pan Arabismo, movimento este que juntamente com os interesses comerciais da França e Inglaterra, derrubaram o Império Turco Otomano para a formação de nações muçulmanas como Síria, Líbano e Jordânia, para citar algumas.
Fotografia extraída do perfil pessoal de Muhammad
O mais proemieminente destes é Muhammad Zoabi, jovem de aproximadamente 20 anos de idade, nascido em Nazaré, cidade ao norte de Israel, com uma considerável população cristã e muçulmana. Este jovem rapaz é desde cedo um árduo defensor de Israel, pois consegue ser honesto consigo mesmo e expor que os cidadãos não judeus aqui são muito bem tratados, tendo respeitadas suas origens. Seu ativismo foi tão destacado em certo momento, que ele precisou se esconder em Israel, antes de passar por um curto asilo nos Estados Unidos, devido as ameaças de morte que recebeu de árabes contrários a Israel. Voltou há anos, e diz orgulhosamente: "a qual outra minoria posso me integrar?", pois além de muçulmano, minoria aqui, é vegetariano, gay, e pró Israel. Na verdade, ele defende a coexistência!
Em seguida, uma pequena fala de Zoabi, a respeito da sua experiência de vida e o porque da sua defesa ao único país judaico no mundo:

Inclusive, Israel é um país oficialmente bilíngue, tendo tanto o hebraico como o árabe como línguas oficiais, e existe encorajamento para a população judia aprender árabe, bem como é não obrigatoriedade dos muçulmanos em aprender hebraico nas escolas, mas os muçulmanos sabem se expressar muito bem em hebraico, por ser a língua majoritária.
Na realidade, tendo tantos imigrantes ainda chegando ao país, o Inglês é língua corrente em muitos comunicados e placas de trânsito, bem como para o turismo também.
Numa reunião de palestinos e judeus
Outro árabe muçulmano defensor de Israel é conhecido simplesmente por um acrônimo: NAS. Nuseir Yassin é um jovem de aproximadamente 30 anos de idade, nascido e criado em Haifa, tecnicamente mora nos EUA, onde estudou e trabalhou até fundar uma empresa chamada NAS DAILY, que o permite viajar por diversos cantos do mundo para conhecer um pouco da realidade de cada lugar, e fazer vídeos sobre eles, os quais se revertem em audiência e por onde ele recebe, em suma, um youtubber.
Numa ótima jogada de marketing pessoal, ele percebeu que vivemos num momento em que as pessoas não tem paciência de ler muito, escutar muito, ou no caso, assistir muito, e por isto mesmo, cada um de seus vídeos dura apenas 1 minuto. E além de carismático, é muito bonito; isso conta muito (mas não é tudo) para o sucesso que ele obteve.
Ele não é tão incisivo como Zoabi é, até por ter outros objetivos com este projeto, mas sempre que tem uma chance, mostra um pouco da realidade de Israel, em especial, dos árabes muçulmanos que aqui vivem, e deixa claro que convive bem com as diferenças culturais e religiosas, incluindo a namorada, Aline, judia e vegetariana, e ele é muçulmano que adora carne.
Chamou minha atenção os vídeos que ele fez quando chegou do Brasil, justamente no dia que começaram as últimas confuções em Jerusalém Oriental, por conta do assassinato de dois policiais drusos (14/jul/2017)*, e a tentativa do governo de implementar uma maior segurança na esplanada das mesquitas, com a instalação de detectores de metais. Na ocasião, ele tentou explicar com seus argumentos um possível motivo para a confusão; com vídeos de 1 min é impossível ter uma profundidade minimamente necessária para tratar do tema, e ainda assim, creio que a mensagem tenha sido positiva. No meio desta última confusão, ele conseguiu juntar muita gente, entre judeus, muçulmanos, cristãos, israelenses e turistas, numa demonstração de união de povos em busca da paz. Infelizmente eu não soube a tempo, e por ter sido numa sexta-feira a noite, ou seja, Shabat, eu não poderia ir sem ter me hospedado num hotel e ter chegado muitas horas antes, conforme expliquei sobre o Shabat aqui.
Ele tem publicado muito mais seus vídeos no Facebook do que no Youtube, o que é uma pena, pois embora seja a maior rede social do mundo, é uma comunidade fechada, onde "não há vida fora do Facebook".
* Coincidência ou não, foi o dia em que encerrei meu passeio por Jerusalém com a Marcha da Vida.
Estes são dois exemplos, cada um a seu modo, de árabes muçulmanos que prosperam em Israel. Antes de encerrar, gostaria de deixar claro que Israel não é um o mar de rosas, tampouco o inferno na Terra, como qualquer lugar deste planeta. Tem seus erros e acertos. Portanto, não façam interpretações do que eu não disse!

domingo, 20 de agosto de 2017

Quem são os israelenses?



Sendo um país novo, formado majoritariamente por extrangeiros ou descendentes, e estando no Oriente Médio, os brasileiros não tem noção de qual a feição dos israelenses na atualidade. Na verdade, cada vez mais fica mais claro para mim que os brasileiros, no geral, conhecem muito pouco Israel, daí diversos absurdos e discriminações.
Numa conversa com um amigo, percebi que ele considerava que israelense tinha cara de europeu, pele branca e loiro. E ele não estava errado, da mesma forma que falar que temos pessoas assim no Brasil, ou mesmo na África do Sul. A observação dele vem do conhecimento sobre a comunidade judaica em São Paulo, a maior do Brasil, é formada principalmente por descendentes de alemães e poloneses, deste modo, judeus são visto como pessoas brancas.
Mapa obtido no Wikipedia ilustra a diáspora judaica nas destruições do Templos de Jerusalém 
Porém a origem judaica, desde a disperção com a queda do 2º Templo, se diversificou. Uma parte seguiu pelo norte da África e chegaram a península Ibérica, outros foram um pouco mais ao sudeste no continente africano, outros foram para a Arábia e Iemen, há os que depois da destruição do 1º Templo permaneceram na Babilônia (hoje Iraque) e Pérsia (hoje Irã), assim como aqueles que foram para o norte, passando pela Rússia e chegando ao leste europeu, sem esquecer dos que foram para Roma antes, durante e após a destruição do 2º Templo. Isso tudo para resumir.
Tendo isto em mente, o israelense é hoje uma mistura de europeus, africanos e orientais, pois afinal, antes mesmo do início das primeiras imigrações, do surgimento do movimento sionista, já haviam judeus morando em Israel. Na verdade, a volta de judeus a esta terra se deu aos poucos, de acordo com a perda de poder militar do Império Romano, ganhando força ao final do século XIX.
Com a mistura que foi ocorrendo, foi se criando uma fisionomia própria, com traços tipicamente orientais como sobrancelhas grossas e marcadas, estatura mediana, cabelos escuros e lisos e pele morena, sem que necessariamente deixasse de haver pessoas com fisionomia extrangeira.
Nas foto inicial, temos alguns atores, cantores e pesonalidades israelenses:

  1. Mira Awad - cantora e ativista política de origem árabe, a 1ª árabe a representar Israel no Eurovision, em 2009. Cristã;
  2. Hagit Yasso - cantora de origem ethiope. Judia;
  3. Noa (Achinoam Nini) - cantora de origem yemenita, também ativista política, juntamente com Mira Awad representou Israel no Eurovision de 2009. Judia;
  4. Adi Ezroni - atriz e modelo de origem turca. Judia;
  5. Michael Aloni - ator e modelo de origem polonesa. Judeu;
  6. Eliad Cohen - modelo e produtor musical de origem oriental. Judeu;
  7. Omer Adam - cantor nascido nos EUA. Judeu;
  8. Nas (Nuseir Yassin) - youtuber de origem árabe. Muçulmano
Eu até poderia apresentar outras personalidades, mais muçulmanos e cristãos, mas a idéia foi mostrar um pouco da diversidade da fisionomia do israelense e tentar tirar a idéia de um país formado apenas por europeus. E principalmente mostrar que Israel é hoje fruto desta mistura, e talvez também por isso o amor que o israelense tem pelo Brasil, que também é misturado, embora por vezes não aceite, admita, ou goste.
E para encerrar, um vídeo das cantoras que eu mais gosto, a Rita Kleinstein, nascida em Tehrã, esta mezzo soprano que emigrou para Israel antes da Revolução Islâmica no Irã, tendo perdido completamente o contato com aquele país desde então. A música se chama Tiftach Halon (abra a janela).

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Eilat

Cidade mais ao sul de Israel, Eilat é tanto um importante destino turístico, bem como porta de entrada do comércio entre Israel e restante da Ásia, como também local alternativo (frente ao canal de Suez, no Egito) para trânsito comercial entre europeus e Ásia - neste caso, as mercadorias chegam em Eilat, e são transportadas de ônibus até os portos de Ashkelon, Ashdod ou até mesmo Haifa, para continuarem seu caminho até a Europa, ou fazer o caminho oposto.

Ponto turístico não apenas pela sua praia de águas cristalinas, como pelos passeio ao mar junto aos corais, nadar com golfinhos, visita ao Parque Timná, o Canion. Sua praia é voltada para o Golfo de Aqba, nome este herdado da cidade Jordaniana fronteriça. Porém o mais comum é dizer que a praia fica no Mar Vermelho, onde está localizado o golfo.

Eilat também é um importante pólo comercial, pois é a única cidade de Israel onde não há cobrança de impostos federais, na faixa dos 18%. Ou seja, um grande Free Shop ou Duty Free, como preferir. Não quer dizer que seja tudo barato, mas em comparação com o restante do país, pode valer a pena. Eu mesmo visitei a cidade, inicialmente, pois precisava trocar meu telefone. O modelo que eu queria custa próximo a ₪ 2000 (₪ é o símbolo do Shekel Novo, moeda corrente em Israel e territórios palestinos), porém lá eu comprei por 
₪ 1500. A diferença eu gastei lá no passeio, entre hotel, alimentação, e ônibus ida e volta.

O porto de Eilat é alternativa ao Canal de Suez
Por conta do forte calor que faz e do pouco tempo que fiquei, passeei apenas pela praia de lá. Acabei sem disposição de ir nadar com golfinhos, que eu pretendia. O clima da cidade é desértico, predominantemente quente a maior parte do ano, e mesmo no começo de junho, ou seja, próximo ao final da primavera de Israel, o calor, durante o dia, superava facilmente os 43ºC, e a noite (próximo a meia noite), era normal as temperaturas ficarem estáveis em 34ºC. O período de maior chuva é Dezembro de Janeiro, onde em cada um destes meses pode chover em torno de 5mm, ou seja, menos do que uma chuva fraca de uma tarde de inverno em São Paulo, quando costuma chover pouco.

Nas minhas andanças, muitas vezes eu parava e entrava nos shopping (aqui se chamam de Kenion) para me refrescar. O mais provável é que eu só volte lá quando minha familia vier me visitar aqui, portanto, somente em 2018.

Para aqueles, como eu, que não gostam de muito calor, ou não estão acostumados com ele, o melhor é visitar a cidade entre o começo e meio da primavera israelense (entre Março e Maio), ou do meio do outono (Outubro e Novembro), pois as temperaturas médias ficaram em 30ºC, e as mínimas de 20º a 25ºC.




A recomendação para cá, bem como no restante do país, é usar sempre chapéu ou boné, óculos escuros de verdade, pois os falsificados só pioram a situação, roupas claras e leves, protetor solar fator 30 ou maior, e sempre beber água (andar com uma garrafa é o ideal).

O fato do clima ser seco, típico do deserto, não chega a ser um grande problema. Algo que eu tenho notado é que em São Paulo, quando o ar fica muito seco, beirando os 20% de umidade, parecia que eu estava próximo a algum incendio florestal. Aqui não. No começo o meu nariz até sangrou um pouco (isso é normal pra mim, ok?), mas bastou eu passar a usar soro fisiológico no nariz que isso passou. E o ar, embora seco, não tem cheiro de queimada, e sim de folhas secas (foi o cheiro que senti ao descer do avião, em TLV).

Chegar a cidade é somente por ônibus ou avião. A Arkia é uma cia aérea israeli que opera também voos entre TLV e Eilat, e que duram cerca de 30 min, frente as mais de 3 horas de viagem rodoviária até Beer Sheva.

Para quem vem de cidades mais ao norte, recomendo ir a Beer Sheva de trem, descer na Estação Central (Beer Sheva Mercaz), e ao chegar, basta atravessar a rua e estará no Terminal de Onibus, e comprar as passagens.

Existe um projeto de extender o trem, em alta velocidade, até Eilat, pois os trilhos serviriam tanto para carga como transporte humano. Pode ser o que falta para um maior desenvolvimento e crescimento da cidade. Porém, considerando todos os problemas enfrentados na construção da nova linha de trem, também de alta velocidade, ligando Tel Aviv a Jerusalém, e todos os seus atrasos na entrega (prometida para 2018), é muito difícil que ela se inicie nos próximos anos, e creio que não será em alta velocidade, que operará em velocidade "normal" de 100km/h, até por estar inicialmente orçada em ₪ 30 bilhões (+-R$28 bi).

É possível atravessar a fronteira e visitar tanto Egito como a Jordânia, mas com os constantes problemas de segurança egipcios, eu não recomendo. Para a Jordânia, e eventual passeio por Petra, é de Eilat que saem as excuções em Israel, pois desde o Mar Morto, os dois países são divididos por uma cadeia de montanhas muito altas. Daí também porque Abrahão, vindo de Ur (aproximadamente entre Kuait e Iraque), chegou a terra pormetida pelo Norte, num caminho mais longo, ao invés do sul, mais curto porém mais difícil.

Neste curto video, eu fiz enquanto descansava do forte calor, antes de retornar para Beer Sheva, onde moro. A trilha sonora (Modern Talk - Geronimo's Cadillac) foi ao acaso, mas sempre que eu a escuto, lembro de Eilat.

Aproveitando o momento de ligeiro ensino bíblico, Edomita era o povo que vivia na região sul da Jordânia e Israel, e é um termo que tem origem na cor da terra na Jordânia (rica em ferro). No hebraico, vem da palavra Adom (אדום), que significa Vermelho. Pra aumentar a complexidade, tirando a letra que dá o som da vogal o (ו), teremos Adam, que tanto pode significar "terra" como o nome do primeiro homem pelo relato bíblico, com o nome traduzido para "Adão", e em hebraico pronunciado como Adam; o que tem sentido pois a terra tende a cor vermelha e o relato bíblico diz que ele veio da terra. Há quem atribua a Esaú a origem deste povo, e que por conta disto, é representado na figura de uma pessoa ruiva, o que não é impossível, mas difícil. Os habitantes da região tendem auma pele bastante morena, cabelos pretos e sobrancelhas grossas e marcadas.
Uma das várias plantações de tamareiras que se vê no caminho a Eilat. Ao fundo, a cadeia de montanhas na Jordânia. Infelizmente não consegui captar a coloração avermelhada.

domingo, 13 de agosto de 2017

Violência

Famosa rua Yoel Moshe Salomon, em Jerusalém. Próximo a rua Ben Yehuda
Outro dia, através do Instagram, uma ex aluna minha comentou numa foto noturna em Jerusalém, que eu era corajoso por andar a noite. A suposta coragem, na visão dela, vem da visão do que se enfrenta nas grandes cidades do Brasil.
Lembro dos atentados do PCC em maio 2006, onde a cidade de São Paulo, no começo da noite, parecia uma cidade recém abandonada, sem niguém na rua, pelo medo. Porém, eu quase gargalhei quando me recriminaram por querer passar minhas férias no Rio de Janeiro, como se lá fosse mais perigoso que São Paulo. Convenhamos que quem "sobrevive" a São Paulo, sobreviverá muito bem no Rio de Janeiro. A questão é que no Brasil, apenas quando a violência chega a áreas chamadas nobres (como se ainda vivessemos no Brasil Imperial) ela é noticiada com destaque e há indignação, e por isso o Rio chama mais atenção, pois lá as favelas estão espalhadas no meio da cidade, e não afastado como é em São Paulo. Ou seja, o povo de São Paulo, de onde venho, é um exemplo da limitação de informação que os brasileiros tem. Enxerga apenas no outro um problema, e não em sí mesmo.
Aqui em Israel é dificíl termos casos de roubos a mão armada ou furtos dos mais diversos como ocorrem no Brasil.
Em São Paulo, no onibus, eu vi a garota do banco a frente ter o celular roubado. Sentada ao lado da janela aberta, estava mexendo no aparelho quando um infeliz deu um pulo e o pegou da mão dela. Não houve o que fazer além de ficar indignado com ela. Desde então passei a manter as janelas ligeiramente fechadas ou usar o celular na altura das coxas, pra dificultar a ação da bandidagem.
Isso é algo impensável por aqui! Poder sair de um caixa eletrônico, que aliás, fica voltado para a rua, e contar o dinheiro, é tranquilizador.
Parada para o jantar na cidade Antiga.
É claro que eu sei que não vivo na terra encantada, e que há casos de roubos. Na verdade, há mais furtos do que roubos. Não a toa lojas tem alarmes nas portas, mercearias tem câmeras espalhadas.
A preocupação com a segurança pública aqui é muito maior com relação a possíveis atentados, que diminuiram muito após os controversos muros na fronteira com a Cisjordânia, mas ainda assim, pela falta de informação, meus familiares e amigos ficam preocupados comigo, como se eu estivesse vivendo em meio a uma violência fora de controle. Isto por conta do conflito entre palestinos e Israel. Eu não tenho no momento dados oficiais em mãos, mas se fossemos fazer um paralelo entre as mortes causadas pela violência em Israel e Cisjordânia desde o ano 2000 até julho/2017, e só o ano de 2016 no Brasil, ainda assim o Brasil tem muito mais mortes que uma zona de conflito e disputa de terra como é aqui.
Portanto, mais do que ficar jogando pedras e falando mal da situação no Brasil, o que eu quero é abrir os olhos de você, meu caro leitor, para que procure outras notícias além dos meios de comunicação famosos, para encontrar algo mais moderado a respeito de Israel. Pois da mesma forma que o Brasil não é o que é apresentado no Brasil Urgente ou Cidade Alerta, Israel está longe de ser do que é pintado e bordado na Tv Globo ou Folha de S.Paulo.
As preocupações são válidas, porém quem vive com medo simplesmente não vive. Não se permitirá ter momentos de paz interior e prazer.
Antes de encerrar, lembrei de um documentário bastante interessante, chamado "O mundo segundo os brasileiros", e houve um capítulo específico sobre Jerusalém que me chamou muita atenção. Separei exatamente na parte em que a Sandra Rejwan, uma brasileira que vivem em Israel desde os anos 80, fala um pouco de questões políticas e de violência urbana, de se reconhecer brasileiras andando pelas ruas por estarem abraçadas as suas bolsas, enquanto que os demais andam relaxados, e que o medo aqui não é de locais com pouca gente, como nas minhas andanças em Jerusalém a noite, e sim, locais com aglomeração, pois no caso de um atentado, haverá mais vítimas, o que é do desejo destes monstros chamados de terroristas.


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dos sabores e desabores da emigração

Sala de desembarque do Aeroporto Ben Gurion (TLV)
Lembro quando comecei a pesquisar com afinco a minha emigração para Israel. A respeito dos motivos escreverei no futuro.
Encontrei blogs a respeito do cotidiano em Israel, canais do Youtube, além de informações oficiais e para oficiais (agências que fornecem ajuda extra, por exemplo, é o que chamo de para oficial).
Lembro também de um amigo em especial, que antes de emigrar do Brasil, veio para Israel através de programas gratuitos ou parcialmente patrocinados para jovens, e ficou encantando. Dizia do fundo do coração o quanto já amava de longe Israel e o quanto passou a amar ainda mais após conhecer.
Eu nunca disse isto a ele, mas eu sempre considerei estranho esse amor todo. Não que ele estivesse mentindo, mas que para mim tinha muito mais a ver com uma visão de turista do que a de um emigrante. Um turista fica hospedo em hotéis, faz passeios diversos, é levado para ver belezas naturais e depois volta para seu lar com muitas recordações. Um emigrante também poderá fazer passeios diversos, mas terá que se adaptar com as condições culturais, meteorológicas e linguísticas daquele local que se tornou seu lar. Terá que trabalhar dentro das condições impostas naquele novo país, e que são diferentes as quais estava habituado.
Depois de vir para cá, fiquei impressionado com a história de um amigo, o qual omitirei o nome, que passou boa parte da adolescência vindo para Israel, e cada vez mais gostando daqui. Até o momento em que, após se formar, resolveu se mudar para cá. Parecia lógico, afinal, era tanto amor envolvido que ele não queria mais se manter distante. Porém, ao chegar e começar a trabalhar, começou a ter más experiências, como ver casos de discriminação étnica e social com outros. Bastaram lhe 6 meses e retornou ao Brasil, embora ele venha para cá pelo menos que 1x ao ano.
Mais do que dar conselhos para quem pensa em emigrar ou imigrar (se não sabe a diferença, leia um dicionário), eu posso dizer algumas coisas da minha experiência:

  • Não acredite integralmente em tudo o que dizem de bom sobre aquele país ao qual você pensa em emigrar. Muito do que é dito é baseado na experiência e percepção pessoal de quem conta;
  • Da mesma forma não acredite em tudo o que dizem de ruim sobre aquele país. em ambos os casos, saiba filtrar o que pode ser ruim e o que pode ser bom. Não espere pelo paraíso, tampouco pelo inferno na Terra;
  • O que dá certo para uns não necessariamente dará certo para você. A vida humana não é um cálculo matemático onde 2+2=4. NÃO! Existe a questão do preparo prévio, o quanto de dinheiro se guardou, o quanto cada um tolera as dificuldades naturais de uma mudança tão brusca quanto essa, etc;
  • Você deve considerar que tudo que imaginou ou planejou pode dar errado. Não é ter uma visão pessimista sobre a vida, mas estar preparado para lidar com o que pode não se realizar (por diversos motivos) e como contornar isto e ser feliz na sua escolha de vida. Por isto, se faça algumas perguntas:
  1. Quanto de dinheiro você levará?
  2. Quanto de dinheiro guardará para o caso de um retorno ao seu país de origem?
  3. E neste caso, já pensou em como se recolocar no mercado de trabalho?
  4. Quem poderá lhe ajudar no exterior?
  5. Quem poderá lhe ajudar desde seu país de origem?
  6. Quais alternativas para o caso de ter problemas de saúde?
  7. Quais vacinas podem ser tomadas antes da partida?
  8. Se você está no meio de um tratamento médico, conseguirá mante lo no exterior?
  9. Que tipo de trabalho alternativo você poderá ter para o momento de adaptação (ou você acha que só é capaz de fazer o que já faz? E se tiverem pessoas mais capazes que você? ou não houver mercado?);
Quando se trata de emigrar, ou imigrar, trate com menos entusiamos e mais pé no chão. Lembro novamente que por mais difícil que esteja a situação politico econômica no Brasil, estamos muito longe da situação na Venezuela, por exemplo. Não vou entrar no mérito imbecil e bitolado do "se o PT estivesse ainda no poder estariamos nesse caminho", ou "A Venezuela está nesta situação por causa do socialismo". Claro que escrevo de forma genérica. Você que está lendo isto é quem sabe das dificuldades e facilidades de sua vida.
Tenha em mente especialmente dos ganhos e das perdas que isto ocasionará. Por exemplo, se no país que você pretende ir a educação é gratuita ou não, se há algum tipo de ranqueamento da qualidade de ensino, quais as possibilidades que você, adulto, terá de ingressar num novo curso universitário.
Lembro de ter visto um documentário a respeito do que encantou aos belgas no Brasil. Um deles disse que o fato de ter 50 anos e poder ingressar numa faculdade foi encantador, pois na Bélgica ele só pode ingressar até os 25 anos!
No caso de Israel, há uma série de videos feitos para o Youtube, chamados "Postcard from Israel" (Cartões Postais de Israel), o que me encantaram num primeiro momento. Mas novamente os alerto a pensarem naquilo que não foi mostrado, no que não foi dito. A trilha sonora também em muito afeta nossa percepção. As pessoas mostram apenas o que querem, por mais bem intensionadas que sejam. Também mostram baseadas em suas experiências. Caberá a você decifrar o que de bom e ruim há por trás e assim estar preparado, se esta for sua vontade, para emigrar com sucesso.
A seguir, um destes videos encantadores de Israel, no bohêmio bairro de Emek Refaim, em Jerusalém:

sábado, 5 de agosto de 2017

Israel e o Shabat

Colunas do período sob domínio Romano, na Cidade Velha.
Ir para um país, seja como turista ou imigrante, exige conhecer certos detalhes do cotidiano.
Sobre Israel, o maior "detalhe" cotidiano, para mim, é o Shabat. Traduzido simplesmente como Sábado, é o 7º e último dia da semana, e conforme consta nas primeiras páginas do livro do Gênesis (בראשית: le-se Bereshit, o que significa "no começo"), é o dia do descanso, pois foi nele em que o Altíssimo, após a criação do mundo, descansou e ensinou isso aos humanos.
Indepentemente da sua opção religiosa, dificilmente você mora num país que não se oriente pela divisão de 7 dias na semana. A diferença é que o cristianismo, especialmente através do catolicismo, ditou que o dia do descanso é o domingo.
Porém a contagem dos dias é diferente aqui em Israel. Pelo pensamento judaico, o dia termina ao por do sol. O Shabat, entretanto, tem um valor de santidade muito forte, e para evitar que seja transgredido, ele se inicia 30 min antes do sol se por nas sextas-feiras e termina 30 min após o sol se por no sábado.
E por que não começa como um dia "normal", a meia noite? Nos tempos bíblicos, não havia relógio, e portanto, como determinar o meio da noite? E também, de acordo com o que consta em Gênesis, os dias terminavam ao por do sol.
Dito isto, saiba que em Israel, haverá poucas atividades comerciais no Shabat. Especialmente em cidades mais religiosas, como Jerusalém e Tsfat (trambém chamada de Safed). Os restaurantes, lojas e transportes públicos não funcionam (com exceção a taxis).
Restaurante no Kenion (Shopping) Ofer, em Eilat.
Não quer dizer que seja um dia em que não se tem o que fazer. A questão é que demanda certo planejamento, como por exemplo, se hospedar em hotéis com buffet completo, ou em caso de pousadas, comprar sua comida para ser preparada para o Shabat. No caso de Jerusalém, claro, sempre é possível ir para o lado oriental da cidade, a começar pela cidade velha, e comer lá.
Ainda assim, dá para se surpreender. Minha primeira viagem aqui foi para Eilat, cidade ao sul, litoranea no Mar Vermelho, há restaurantes (porém não são Casher, se fizer questão, apenas em hotéis), lojas, ônibus e até o aeroporto local funcionando normalmente.
Em Tel Aviv começou um serviço de onibus experimental no shabat, que leva as pessoas até a praia. Sem contar que Tel Aviv é um capitulo a parte em Israel, sendo muito pouco religiosa, e com diversas opções de diversão a todo instante,incluindo o shabat.
O Shabat, de qualquer forma, é tão forte por aqui, que as melhores festas em casas noturnas acontecem na quinta-feira a noite.
Em resumo, a Quinta-feira aqui é como a Sexta-feira no Brasil. A Sexta-feira como o sábado, e o Shabat como o Domingo a muito tempo já foi no Brasil.
Em todo o país, um serviço que nunca para é o da segurança. Como disse anterioremente, revistas em locais públicos são comuns, basta apenas já abrir sua bolsa que será rápido. Tudo pela segurança de todos.
Este aqui é um video de uma banda americana que mostra um pouco de uma casa judaica pouco antes do Shabat:


2 anos longe de muitos, mais perto de mim.

Já pararam para pensar que a vida de uma pessoa é como um livro, escrito em tempo real? Felizmente, ou não, jamais teremos acesso a totali...