segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Eilat

Cidade mais ao sul de Israel, Eilat é tanto um importante destino turístico, bem como porta de entrada do comércio entre Israel e restante da Ásia, como também local alternativo (frente ao canal de Suez, no Egito) para trânsito comercial entre europeus e Ásia - neste caso, as mercadorias chegam em Eilat, e são transportadas de ônibus até os portos de Ashkelon, Ashdod ou até mesmo Haifa, para continuarem seu caminho até a Europa, ou fazer o caminho oposto.

Ponto turístico não apenas pela sua praia de águas cristalinas, como pelos passeio ao mar junto aos corais, nadar com golfinhos, visita ao Parque Timná, o Canion. Sua praia é voltada para o Golfo de Aqba, nome este herdado da cidade Jordaniana fronteriça. Porém o mais comum é dizer que a praia fica no Mar Vermelho, onde está localizado o golfo.

Eilat também é um importante pólo comercial, pois é a única cidade de Israel onde não há cobrança de impostos federais, na faixa dos 18%. Ou seja, um grande Free Shop ou Duty Free, como preferir. Não quer dizer que seja tudo barato, mas em comparação com o restante do país, pode valer a pena. Eu mesmo visitei a cidade, inicialmente, pois precisava trocar meu telefone. O modelo que eu queria custa próximo a ₪ 2000 (₪ é o símbolo do Shekel Novo, moeda corrente em Israel e territórios palestinos), porém lá eu comprei por 
₪ 1500. A diferença eu gastei lá no passeio, entre hotel, alimentação, e ônibus ida e volta.

O porto de Eilat é alternativa ao Canal de Suez
Por conta do forte calor que faz e do pouco tempo que fiquei, passeei apenas pela praia de lá. Acabei sem disposição de ir nadar com golfinhos, que eu pretendia. O clima da cidade é desértico, predominantemente quente a maior parte do ano, e mesmo no começo de junho, ou seja, próximo ao final da primavera de Israel, o calor, durante o dia, superava facilmente os 43ºC, e a noite (próximo a meia noite), era normal as temperaturas ficarem estáveis em 34ºC. O período de maior chuva é Dezembro de Janeiro, onde em cada um destes meses pode chover em torno de 5mm, ou seja, menos do que uma chuva fraca de uma tarde de inverno em São Paulo, quando costuma chover pouco.

Nas minhas andanças, muitas vezes eu parava e entrava nos shopping (aqui se chamam de Kenion) para me refrescar. O mais provável é que eu só volte lá quando minha familia vier me visitar aqui, portanto, somente em 2018.

Para aqueles, como eu, que não gostam de muito calor, ou não estão acostumados com ele, o melhor é visitar a cidade entre o começo e meio da primavera israelense (entre Março e Maio), ou do meio do outono (Outubro e Novembro), pois as temperaturas médias ficaram em 30ºC, e as mínimas de 20º a 25ºC.




A recomendação para cá, bem como no restante do país, é usar sempre chapéu ou boné, óculos escuros de verdade, pois os falsificados só pioram a situação, roupas claras e leves, protetor solar fator 30 ou maior, e sempre beber água (andar com uma garrafa é o ideal).

O fato do clima ser seco, típico do deserto, não chega a ser um grande problema. Algo que eu tenho notado é que em São Paulo, quando o ar fica muito seco, beirando os 20% de umidade, parecia que eu estava próximo a algum incendio florestal. Aqui não. No começo o meu nariz até sangrou um pouco (isso é normal pra mim, ok?), mas bastou eu passar a usar soro fisiológico no nariz que isso passou. E o ar, embora seco, não tem cheiro de queimada, e sim de folhas secas (foi o cheiro que senti ao descer do avião, em TLV).

Chegar a cidade é somente por ônibus ou avião. A Arkia é uma cia aérea israeli que opera também voos entre TLV e Eilat, e que duram cerca de 30 min, frente as mais de 3 horas de viagem rodoviária até Beer Sheva.

Para quem vem de cidades mais ao norte, recomendo ir a Beer Sheva de trem, descer na Estação Central (Beer Sheva Mercaz), e ao chegar, basta atravessar a rua e estará no Terminal de Onibus, e comprar as passagens.

Existe um projeto de extender o trem, em alta velocidade, até Eilat, pois os trilhos serviriam tanto para carga como transporte humano. Pode ser o que falta para um maior desenvolvimento e crescimento da cidade. Porém, considerando todos os problemas enfrentados na construção da nova linha de trem, também de alta velocidade, ligando Tel Aviv a Jerusalém, e todos os seus atrasos na entrega (prometida para 2018), é muito difícil que ela se inicie nos próximos anos, e creio que não será em alta velocidade, que operará em velocidade "normal" de 100km/h, até por estar inicialmente orçada em ₪ 30 bilhões (+-R$28 bi).

É possível atravessar a fronteira e visitar tanto Egito como a Jordânia, mas com os constantes problemas de segurança egipcios, eu não recomendo. Para a Jordânia, e eventual passeio por Petra, é de Eilat que saem as excuções em Israel, pois desde o Mar Morto, os dois países são divididos por uma cadeia de montanhas muito altas. Daí também porque Abrahão, vindo de Ur (aproximadamente entre Kuait e Iraque), chegou a terra pormetida pelo Norte, num caminho mais longo, ao invés do sul, mais curto porém mais difícil.

Neste curto video, eu fiz enquanto descansava do forte calor, antes de retornar para Beer Sheva, onde moro. A trilha sonora (Modern Talk - Geronimo's Cadillac) foi ao acaso, mas sempre que eu a escuto, lembro de Eilat.

Aproveitando o momento de ligeiro ensino bíblico, Edomita era o povo que vivia na região sul da Jordânia e Israel, e é um termo que tem origem na cor da terra na Jordânia (rica em ferro). No hebraico, vem da palavra Adom (אדום), que significa Vermelho. Pra aumentar a complexidade, tirando a letra que dá o som da vogal o (ו), teremos Adam, que tanto pode significar "terra" como o nome do primeiro homem pelo relato bíblico, com o nome traduzido para "Adão", e em hebraico pronunciado como Adam; o que tem sentido pois a terra tende a cor vermelha e o relato bíblico diz que ele veio da terra. Há quem atribua a Esaú a origem deste povo, e que por conta disto, é representado na figura de uma pessoa ruiva, o que não é impossível, mas difícil. Os habitantes da região tendem auma pele bastante morena, cabelos pretos e sobrancelhas grossas e marcadas.
Uma das várias plantações de tamareiras que se vê no caminho a Eilat. Ao fundo, a cadeia de montanhas na Jordânia. Infelizmente não consegui captar a coloração avermelhada.

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