sábado, 5 de agosto de 2017

Israel e o Shabat

Colunas do período sob domínio Romano, na Cidade Velha.
Ir para um país, seja como turista ou imigrante, exige conhecer certos detalhes do cotidiano.
Sobre Israel, o maior "detalhe" cotidiano, para mim, é o Shabat. Traduzido simplesmente como Sábado, é o 7º e último dia da semana, e conforme consta nas primeiras páginas do livro do Gênesis (בראשית: le-se Bereshit, o que significa "no começo"), é o dia do descanso, pois foi nele em que o Altíssimo, após a criação do mundo, descansou e ensinou isso aos humanos.
Indepentemente da sua opção religiosa, dificilmente você mora num país que não se oriente pela divisão de 7 dias na semana. A diferença é que o cristianismo, especialmente através do catolicismo, ditou que o dia do descanso é o domingo.
Porém a contagem dos dias é diferente aqui em Israel. Pelo pensamento judaico, o dia termina ao por do sol. O Shabat, entretanto, tem um valor de santidade muito forte, e para evitar que seja transgredido, ele se inicia 30 min antes do sol se por nas sextas-feiras e termina 30 min após o sol se por no sábado.
E por que não começa como um dia "normal", a meia noite? Nos tempos bíblicos, não havia relógio, e portanto, como determinar o meio da noite? E também, de acordo com o que consta em Gênesis, os dias terminavam ao por do sol.
Dito isto, saiba que em Israel, haverá poucas atividades comerciais no Shabat. Especialmente em cidades mais religiosas, como Jerusalém e Tsfat (trambém chamada de Safed). Os restaurantes, lojas e transportes públicos não funcionam (com exceção a taxis).
Restaurante no Kenion (Shopping) Ofer, em Eilat.
Não quer dizer que seja um dia em que não se tem o que fazer. A questão é que demanda certo planejamento, como por exemplo, se hospedar em hotéis com buffet completo, ou em caso de pousadas, comprar sua comida para ser preparada para o Shabat. No caso de Jerusalém, claro, sempre é possível ir para o lado oriental da cidade, a começar pela cidade velha, e comer lá.
Ainda assim, dá para se surpreender. Minha primeira viagem aqui foi para Eilat, cidade ao sul, litoranea no Mar Vermelho, há restaurantes (porém não são Casher, se fizer questão, apenas em hotéis), lojas, ônibus e até o aeroporto local funcionando normalmente.
Em Tel Aviv começou um serviço de onibus experimental no shabat, que leva as pessoas até a praia. Sem contar que Tel Aviv é um capitulo a parte em Israel, sendo muito pouco religiosa, e com diversas opções de diversão a todo instante,incluindo o shabat.
O Shabat, de qualquer forma, é tão forte por aqui, que as melhores festas em casas noturnas acontecem na quinta-feira a noite.
Em resumo, a Quinta-feira aqui é como a Sexta-feira no Brasil. A Sexta-feira como o sábado, e o Shabat como o Domingo a muito tempo já foi no Brasil.
Em todo o país, um serviço que nunca para é o da segurança. Como disse anterioremente, revistas em locais públicos são comuns, basta apenas já abrir sua bolsa que será rápido. Tudo pela segurança de todos.
Este aqui é um video de uma banda americana que mostra um pouco de uma casa judaica pouco antes do Shabat:


Nenhum comentário:

Postar um comentário

2 anos longe de muitos, mais perto de mim.

Já pararam para pensar que a vida de uma pessoa é como um livro, escrito em tempo real? Felizmente, ou não, jamais teremos acesso a totali...