Conforme aumentam os movimentos anti Israel, que em muitos casos são não apenas anti sionistas, como anti semitas, cresce também o número de muçulmanos, normalmente árabe israelense, que aos poucos e timidamente adotam um tom pró Israel.
Antes de avançar, vou delimitar um ponto que gera bastante confusão:
Árabe é uma etnia. Um árabe pode ser muçulmano, como aparentemente é na maioria dos casos, cristão, judeu, ateu ou ser de qualquer outra crença.
Embora geralmente a população árabe/muçulmana seja próspera aqui em Israel, como muitos tem parentes em países que não podem mais entrar como Líbano (os israelenses não podem entrar na maioria dos países de origem muçulmana, não importando a religião), mas mantém contato entre si, e nutrem um certo sentimento que varia do ódio a Israel e qualquer símbolo judaico, como um remorso por estarem relativamente bem aqui. Israel, portanto, representa uma ferida no Pan Arabismo, movimento este que juntamente com os interesses comerciais da França e Inglaterra, derrubaram o Império Turco Otomano para a formação de nações muçulmanas como Síria, Líbano e Jordânia, para citar algumas.
Fotografia extraída do perfil pessoal de Muhammad |
Em seguida, uma pequena fala de Zoabi, a respeito da sua experiência de vida e o porque da sua defesa ao único país judaico no mundo:
Inclusive, Israel é um país oficialmente bilíngue, tendo tanto o hebraico como o árabe como línguas oficiais, e existe encorajamento para a população judia aprender árabe, bem como é não obrigatoriedade dos muçulmanos em aprender hebraico nas escolas, mas os muçulmanos sabem se expressar muito bem em hebraico, por ser a língua majoritária.
Na realidade, tendo tantos imigrantes ainda chegando ao país, o Inglês é língua corrente em muitos comunicados e placas de trânsito, bem como para o turismo também.
Numa reunião de palestinos e judeus |
Numa ótima jogada de marketing pessoal, ele percebeu que vivemos num momento em que as pessoas não tem paciência de ler muito, escutar muito, ou no caso, assistir muito, e por isto mesmo, cada um de seus vídeos dura apenas 1 minuto. E além de carismático, é muito bonito; isso conta muito (mas não é tudo) para o sucesso que ele obteve.
Ele não é tão incisivo como Zoabi é, até por ter outros objetivos com este projeto, mas sempre que tem uma chance, mostra um pouco da realidade de Israel, em especial, dos árabes muçulmanos que aqui vivem, e deixa claro que convive bem com as diferenças culturais e religiosas, incluindo a namorada, Aline, judia e vegetariana, e ele é muçulmano que adora carne.
Chamou minha atenção os vídeos que ele fez quando chegou do Brasil, justamente no dia que começaram as últimas confuções em Jerusalém Oriental, por conta do assassinato de dois policiais drusos (14/jul/2017)*, e a tentativa do governo de implementar uma maior segurança na esplanada das mesquitas, com a instalação de detectores de metais. Na ocasião, ele tentou explicar com seus argumentos um possível motivo para a confusão; com vídeos de 1 min é impossível ter uma profundidade minimamente necessária para tratar do tema, e ainda assim, creio que a mensagem tenha sido positiva. No meio desta última confusão, ele conseguiu juntar muita gente, entre judeus, muçulmanos, cristãos, israelenses e turistas, numa demonstração de união de povos em busca da paz. Infelizmente eu não soube a tempo, e por ter sido numa sexta-feira a noite, ou seja, Shabat, eu não poderia ir sem ter me hospedado num hotel e ter chegado muitas horas antes, conforme expliquei sobre o Shabat aqui.
Ele tem publicado muito mais seus vídeos no Facebook do que no Youtube, o que é uma pena, pois embora seja a maior rede social do mundo, é uma comunidade fechada, onde "não há vida fora do Facebook".
* Coincidência ou não, foi o dia em que encerrei meu passeio por Jerusalém com a Marcha da Vida.
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