segunda-feira, 28 de maio de 2018

Carta a um Amigo

Recentmente um amigo meu saiu do Brasil com destino a Israel, e mandei a ele uma longa mensagem de voz, que a resumi aqui para todos:

"Cada um sabe o que sente no momento em que sai do país. Cada um tem uma experiência e encarar a despedida e a ansiedade pela partida ao seu modo, pela vida nova que se desenha. Eu ainda lembro bem o que senti quando sai do país. Esta experiência é sempre muito enriquecedora, independetemente como andar o seu processo.
Sai do país deixando para trás praticamente 12 anos de um namoro, e você tem uma perspectiva diferente. Passei por "poucas e boas"... Eu vim sozinho, você também vem sozinho, mas sob outros aspectos. Você tem alguém lhe esperando, e tenho certeza de que ele o ajudará muito neste processo todo.
Lembre se que muita gente passará ao seu lado, mas você precisa manter seu foco. Independetemente de como foi comigo ou outros amigos que você conheça e que fizeram o mesmo caminho, você precisa se perguntar: Eu posso ir mais longe? Esta pergunta é chave. Se você sente que sim, siga em frente. O sofrimento virá, em menor ou maior grau. É fato!
Sentirá falta de seus pais, irmãos, amigos, família, porém onde você se concentrará mais? No que "perdeu" ou no que estará ganhando fora? Quando a segunda opção for a melhor, é sinal para continuar! Pense sempre que há muito a ganhar, e é isto que espero para você.
Que você consiga superar de maneira tranquila todas as dificuldades que enfrentará, pois a diferença cultural é muito grande. Você ainda teve uma rápida passagem por aqui, e isto lhe dá uma vantagem que eu não tive, pois minha primeira vinda foi de logo para me mudar. Não se trata de uma competição, mas perceba que isto lhe será benéfico.
Apenas tente conter eventuais momentos de extrema ansiedade, onde você esteja a ponto de cometer alguma bobagem, seja ela qual for - busque desviar o foco desta atenção negativa. Eu, por exemplo, ano passado comecei a sentir os mesmo sintomas de ansiedade que senti antes de buscar tratamento psicológico. E algo de bom que tirei disto foi saber em como lidar com a minha inteligência emocional, e daí que comecei a praticar caminhadas noturnas, de 5km, 8km, 12km por noite, tendo chegado a incríveis 35km num Shabat em Tel Aviv, entre repouso e passeios.
Fica como uma dica, uma possibilidade. Haverá momentos em que se pensa que não há saída, de que estamos sozinhos no mundo, mesmo com muita gente em volta. E NÃO ESTÁ! Você precisa estar bem consigo mesmo, sentir que você está no controle. Diga para si mesmo: Eu Posso. Perceba em si uma força surgir de onde você não espera. Isto para mim, foi mágico, e faz com que eu ganhe uma dimensão que as vezes eu não consigo traduzir aos demais.
É claro que eu tenho minhas inseguranças, e como... É tudo muito novo! Eu começo a olhar para trás, perceber tudo que superei, e sinto orgulho de mim mesmo. Sinto um orgulho da porra (com o perdão da expressão)!
Que seja hoje, quando me despedi em definitivo de Beer Sheva, dos incomodos que senti com meu último companheiro de quarto... Ele não fez nada de propósito, por despeito... Passou, suportei e segui adiante. É necessário estar consigo mesmo e se sentir no controle.
Este foi um fato, dentre tantos, e quando eles vierem procure uma resposta. O outro não é um problema, eu não sou um problema... saiba que existe momentos que você terá que aguentar, terá que enfrentar, pois você é novo, chegou a pouco tempo e não sabe como reagir, está fora da sua zona de conforto. Mas o bacana é que isto lhe instiga a se mexer, de buscar algo diferente.
O comodismo é algo natural do ser humano, e não falo como crítica, e sim como observação. A questão é não se acomodar com o que há de ruim; é buscar o melhor. Isto leva tempo; se dê tempo. Faça com calma!
Eu realmente espero que tudo ocorra bem.
Aprenda o seguinte: Se tudo só ficasse bem, ficaria sem graça. Quando algo vai mal, aprendemos a nos mexer, a evoluir, e melhorar, a nos moldar. A recompensa é indescritível. Eu me sinto um homem melhor!
Mesmo sentindo toda a saudade que eu sinto, também percebo todos os ganhos que tenho obtido. Aprendo a cada dia a me fortalecer sem perder a resiliência - a capacidade de desviar daquilo que não posso alterar, mas que tampouco quero que me machuque. Ser maleável! Não dar murro em ponta de faca.

יאללה. קדימה!"

terça-feira, 15 de maio de 2018

Faixa de Gaza

Eu não tinha intenção de abordar questões de conflito militar, mas é quase impossível não aborda las. Israel, antes de ser culpada ou vítima, está no centro nervoso dos noticiários mundiais de conflitos. O peso com que as notícias e o viés com que são noticiados também são de certo modo desproporcionais ao tamanho do conflito e dos envolvidos.
Poderia abordar questões históricas, mas o momento me pede alguns pensamentos a respeito do último conflito, em 2018, onde frequentemente noticiário mostra a morte de diversos civís naquele território.
Há que se observar sempre o ponto de vista de onde vem as notícias e fotografias. Em qualquer local de conflito, se as notícias vierem apenas do lado mais fraco, a tendência é de se mostrar este lado apenas como vítima e o outro apenas como agressor. Historicamente é a forma como o conflito com Israel tem sido retratado, daí as distorções constantes. As agressões vem de ambos os lados, de diversas formas, portanto ambos ferem e saem feridos.
Este último conflito é por conta dos 70 anos da fundação de Israel, onde o grupo terrorista Hamas tem incitado a população de Gaza a tentar invadir o território israelense, numa tentativa de recuperar o que um dia pode ter sido de seus antepassados recentes. E com a recente transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém (inaugurada justamente em 14/05/2018), teria sido o motivo adicional para entrar em conflito.
O primeiro ponto que me chama a atenção é que se é sabido que Israel tem um exercito forte e extremamente preparado, me parece que uma tentativa de invasão se assemelha ao dito popular "dar muro em ponta de faca". Se bem que houveram alguns poucos que conseguiram ultrapassar a fronteira e foram presos em território israelense.
Foto: Reuters - obtida nesta reportagem.
É notório que se utiliza a população inocente e descontente com suas vidas como massa de manobra para se criar um cenário televisivo perfeito para demonstrações de excessos de força, que na minha humilde opinião existe. Ou seja, já se sabe para onde as câmeras estão apontadas e que o jornalismo ali presente está sedento por sangue, afinal, isto vende jornal! Se observarmos fotografias vindas de lá, tecnicamente são muito bem feitas, com iluminação cinematográfica, trazendo muita emoção, o que por outro lado também é discutível até que ponto não é embelezamento da tragédia humana (me refiro a qualquer fotografia de guerra).
Sei o peso da minha escrita, e não a fiz por conhecimento empírico, e sim por ser formado em Comunicação Social, com passagem por um Bacharelado de Jornalismo (inconcluso). Há diversos estudos de mestrado e doutoramento a respeito de diversas forma de abordagem no jornalismo.
Ou seja, há duas peças nessa mesa de xadrez que são fundamentais: o circo midiático e insuflar a população a se atirar contra um dos maiores exercitos do mundo.
Outro ponto que me chama a atenção há anos é que Israel, em especial os governos de direita como de Benjamin Netaniahu, não se dão conta que a cada uso excessivo da força como o fazem em Gaza, ao manterem apenas uma estratégica belicista, contruíbe para a percepção negativa mundial sobre o conflito. Não me refiro que tirar tropas e chamar para bater um papo - este absolutamente não é o momento para isto. Mas insistir numa busca da paz apenas através de ações militares prova, há mais de 70 anos aqui, e séculos mundo a fora, que não funciona. É claro que do lado palestino também há muitos erros, como a valorização da morte para criar a imagem de mártires, incluindo crianças, ao contrário da lei judaica de valorização da vida sob todos os apectos.
Gilberto Gil diz em sua música que "a bomba sobre o Japão fez nascer o Japão da paz". Não é sempre assim, meu caro. Nem tudo se resolve com porrada, tiro e bomba.
Entristece me muito saber que estou em plena segurança, levando uma vida normal como deve ser, enquanto uma população é afligida por diversas formas, como as péssimas escolhas políticas locais e os ataques vindos de fora.
Finalizo esta publicação com o alento de ter parcipado de um protesto pacífico contra o forma como este conflito é conduzido, e compartilho um dos poucos vídeos narrados de maneira neutra, sem tender para nenhum dos lados, embora com algumas imprecisões. Que tenhamos paz. Quem tenham paz!

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Israel e Irã: Pensamentos sobre o último conflito

Infelizmente, desde a queda do regime dos Xás no Irã e a consequente Revolução Islâmica naquele país, as relações com Israel só vem de mau a pior ao longo dos anos. Históricamente, judeus tem presença naquele país há mais de 2500 anos, conforme relatado inclusive na Bíblia (livro de Ester) com a queda do 1º Templo de Jerusalém (o Templo de Salomão). O tratamento a judeus daquele país até os dias atuais é tido como bom, gozando de privilégios como a permissão do consumo de vinho para as festividades, sendo que bebidas alcóolicas são proibidas naquele país (embora facilmente encontrado a venda até com a polícia iraniana, que eventualmente entrega em casa, conforme relato de turistas). O porém fica para a proibição de manterem contato com Israel. 
Como é distante, Irã usa Síria e Líbano com escudos para atacar Israel
É tido que o início do último conflito na região norte de Israel tenha se iniciado após uma apresentação do governo de Benjamin Netaniahu, com dados ultra secretos obtidos pela Mossad, a respeito de uso militar da energia atômica por parte do Irã. Em suma, segundo "Bibi" Netaniahu, o Irã mentiu.
O atual presidente dos EUA, Donald Trump, desde sua campanha eleitoral, vinha afirmando que o acordo para uso civíl e pacífico de energia nuclear pelo Irã, e a retirada das sanções econômicas ao país dos Aiatolás, foi um erro do governo de Barak Obama e por isto mesmo retirou seu país deste acordo, embora os demais países continuem nele. 
Israelenses lançaram esta campanha aos Iranianos

Embora as acusações do governo israelense sejam graves, ainda assim não me parece um motivo para um conflito armado. E mesmo que fosse (se é que existe justificava plenamente válida para guerrear), fica cada vez mais claro que o Irã usa a Síria, já bastante debilitada por conta da grave Guerra Civíl que enfrenta, e o Líbano, que ainda se reergue da Guerra Civíl nos anos 80, como escudos para seus ataques. Afinal, geograficamente, o Irã é muito distante de Israel. Desde a Guerra contra o Iraque nos anos 80, o Irã não foi atacado militarmente por nenhum país, o que não se repete com Israel.
Uma primeira questão que eu me faço é porque um país com milhares de quilômetros de distância, com no mínimo dois países entre eles, tem bases militares noutro, que faz fronteira com Israel? Só pode ser mais do que provocação: para guerrear. E quantas bases militares Israel tem em qualquer pais do mundo? Nenhuma! Vindo de um país que diz querer varrer do mapa duas das três maiores cidades de Israel é extremamente grave este comportamento iraniano.
Iranianos respondem, mas porque escondem os rostos?
Há também que se notar a diferença nos discursos dos líderes dos dois países. De um lado, se prega a destruição de Israel, do outro impedir que o primeiro alcance armas de destruição em massa e atômicas. Mas ainda assim, num jogo baixo de discursos fracos, tanto por políticos como jornalistas, brasileiros e extrangeiros, Israel é quem leva a culpa.
No caso do último ataque, que começou com Israel destruindo bases militares iranianas na Síria, e teve como resposta ataques ao território israelense, gerou uma repercução também pela "desproporcionalidade" dos ataques, pois nenhum dos mísseis lançados a Israel atingiu o espaço aéreo israelense, e o que "prova" que o armamento iraniano é de baixo alcance, e que Israel usa de força excessiva para conte los. Oras... quem garante que isto não se trata de uma provocação e um teste por parte dos iranianos? E quem garante que a iniciativa dos ataques não seja de desviar as atenções de onde poderiam vir ataques de fato de longo e alto alcance? E mesmo que seja verdadeira a afirmação da fraqueza militar deles, se alguém colocar a mão no fogo e se queimar implica que a culpa é do fogo? Cada um usa as armas que possui, e há que se analisar os alvos. Do lado iraniano, misseis lançados contra alvos civis, e de Israel, ataques a bases militares. Portanto, um lado quer a destruição de quem estiver pela frente, não se importanto com quem, e do outro a destruição de armamentos. 
Da minha parte, acredito muito mais que iniciativas como a dos cartazes acima sejam muito mais importantes do que se pensa. É o indicativo de uma mudança vinda da iniciativa popular e que espero avançar a esfera política. Não custa sonhar e trabalhar por este sonho, não é?
De todo modo, a situação nas ruas, mesmo no Norte de Israel é calma. Como disse em redes sociais, passei as últimas noites indo a bares para acompanhar a Neta Barzilai no festival musical Eurovision de 2018. No norte, na região da Galiléia e das Colinas do Golan, embora nada de mal tenho ocorrido, apenas os abrigos anti bombas permanecem abertos, limpos e com mantimentos, por precaução. Passeios pela região podem ser mantidos sem medos ou sustos, e viagens para cá não devem ser adiados ou cancelados. Venham e passeiem! Israel é um dos países mais seguros e fara o possível para que isto se mantenha para todos aqui, cidadãos ou turistas.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Bobagens e absurdos feitos e ouvidos

Viver no exterior é dar a cara a tapa; é necessário estar disposto a errar para aprender. É impossível aprender apenas acertando. O Paraíso na Terra que muitos buscam não existe, especialmente quando lançamos altas expectativas. Por maior que seja o preparo, sempre cometeremos erros, e também ouviremos absurdos e bobagens.
Passar vergonha no exterior é quase um rito de passagem. Vejo com bons olhos.
De qualquer forma, existe um desconhecimento muito forte da vida e suas necessidades fora das fronteiras brasileiras.
Uma das primeiras bobagens que eu escutei, ainda no Brasil, era:

Você poderá ensinar Língua Portuguesa!
Não, não posso! O fato de ser falante nativo, e modestia a parte, muito bom nos conhecimentos gramaticais, não me faz uma pessoa hábil para lecionar língua alguma (só pra reforçar que também não ensino Hebraico). Não basta saber a língua, é necessário saber ensinar, e isto demanda preparo (que eu não possuo) que uma Faculdade Letras poderia ter me trazido, se fosse do meu interesse. Existe no Brasil a percepção de que para ensinar, basta saber; isto para não falar do absurdo "quem sabe, faz, quem não sabe, ensina", o que demonstra a falta de atenção que temos com a educação e nosso subdesenvolvimento socioeconômico.
Primeiramente, fora do Brasil, muito pouca gente quer aprender Língua Portuguesa, pois em geral, o fazem por razões práticas e pragmáticas, como viagem e comércio. Tirando Brasil e Portugal, poucos são os que sabem quais outros paises se fala português - e muito brasileiro estudado também não sabe.
Por favor, manifeste se aquele que aprendeu finlandês por razões unicamente culturais (embora eu conheça quem estude sueco livremente). Se não for esta, qualquer outra língua que pode ser considerada exótica ou restrita.
Por mais importante que a língua seja, aqui é mais fácil encontrar interesse em cursos de russo, alemão, francês, inglês e espanhol. Se bem que por isto mesmo eu me surpreendo quando encontro algum falante de português por estes lados.
Venda coxinhas! (uma espécie de nugget de frango)
Esta delícia da culinária brasileira, hoje ainda mais valorizada que antes, é a expressão forte da cultura informal que é a brasileira. Pobre em ingredientes, mas rica em sabor, a coxinha é muito boa e gostosa, mas isto não implica que fora do Brasil fará sucesso. Em geral, sua massa é feita com caldo de frango, leite e farinha de trigo, e no caso de Israel, deve ser adaptada pois uma das premissas da alimentação Casher é não misturar laticínios com carne e derivados, e isto inclui frango.
Da mesma forma que falafel é uma delícia e poucos lugares no Brasil o vendem, coxinha teria o mesmo destino, senão pior. Ou seja, até existe mercado, mas seria um nicho. As pessoas aqui são orgulhosas da alimentação que tem (rica em verduras e leguminosas) e estão satisfeitas com o que tem. É necessário conhecer o mercado para saber de uma possível aceitação e provavelmente adapta lo.
Venda Pão de Queijo!
O mesmo que comentei sobre a Coxinha, é uma expressão alimentar brasileira, e aqui em Israel, é até difícil encontrar os ingredientes para a massa. É uma alternativa interessante para quem não pode ingerir glutén e também para o Pessach, pois não leva farinha de trigo ou qualquer outro ingrediente fermentável proibido durante a festividade (era a minha alternativa ao pão, no Brasil). Ainda assim, o mercado para o pão de queijo ficaria restrito para brasileiros aqui, ou seja, nicho de mercado, mercado restrito.
Para ampliar mercado, é necessário conhecer o gosto local e se adaptar a ele, e provavelmente perderia parte da sua identidade, pois aqui se come muito pimentão, cebola, tomates e pepino, e achariam estranha a massa ligeiramente adocicada e borrachuda de um pão de queijo. Para meus leitores do exterior, um bom pão de queijão é crocante por fora também e deve ser comido fresco e quente.
Claro que nestas apostas, o Açaí tem feito sucesso, mas está aos poucos saindo do nicho de mercado. Da minha parte, continuará lá. Não gosto de açai, ou ao menos da forma como se vende em São Paulo (dizem que no Pará o sabor e aparência são completamente diferentes).

Das bobagens que eu fiz, posso citar algumas:
  • Comprei um protetor solar em spray, com cheiro de uva. Eu sabia que era para criança, mas só depois de compra-lo, eu senti aquele cheiro enjoativo. Sem contar que spray é uma merda, pois metade se espalha no chão ou em portas e paredes;
  • Comprei extrato de tomate no lugar de molho de tomate. Eu pretendia preparar uma Shakshuka, um prato tipicamente israeli, mas não sabia ler direito o rótulo.
  • Comprei um condicionador de cabelos e pensei que fosse hidratante. Em minha defesa, estava no lugar dos hidratantes. A consistência na pele era estranha, mas serviu ao propósito inicial! ;)
  • Comprei um sabão líquido com hidratante pensando ser hidratante apenas. O tempo aqui é muito seco, e usar hidrantante é fundamental, mas comprei um sabonete muito bom com hidratante, e não apenas um hidratante. Também serviu ao seu propósito.
  • Queria comprar carne, mas não entendi onde tinha, e não sabia como pedir no começo. Acabei comprando linguiças, porém eram extremamente picantes. Eu já comi pimenta jalapenho e não senti que fosse tão picante quanto esta linguiça. 1kg de linguiça desperdiçados.
  • Pegar o ônibus certo, no sentido errado. O Google Maps e outros aplicativos me levam ao erro. Hoje bem menos, mas quando menos espero, acontece!
  • Pegar ônibus errado e parar noutra cidade. Esta foi emocionante, pois o shabat se aproximava, e eu já estava cerca de 20km longe de casa, e se não pegasse o ônibus de volta, só voltaria a pé no calor do verão daqui. Consegui voltar em paz!
  • Sair de um supermercado, com frango congelado na sacola, e acabar no meio de um protesto de veganos contra o consumo de carne. Sorte que não viram nada, pois a sacola era preta.
  • Dar um beijo na pessoa errada. Eu avistei um amigo por trás, e lhe dei um abraço por trás e um beijo na bochecha, daí quando ele virou vi que não era quem eu pensava. Sinto vergonha até hoje!
  • Já andei no bondinho de Jerusalém sem pagar. Achei que eu tinha crédito no cartão de onibus, e fiquei tranquilo. Levou dias para eu saber o que aconteceu. Em compensação, noutra oportunidade acabei pagando duas vezes pela viagem. Ambos os casos foram sem querer. Ao menos estou com a consciência tranquila.
  • Recebi uma cantada do segurança da estação de ônibus. Ele chegou a pegar na minha mão, depois de fiscalizar minha mochila. Basicamente disse que posaria nu pra mim, depois que viu meu equipamento (fotográfico).
  • Pedir café e receber café com leite, capuccino, machiato, latte... Levei cerca de 3 meses até saber como pedir um simples café, puro, expresso, sem leite, pois aqui café preto é o Café Turco, preparado com o pó do café no copo. Se bem que até passei a gostar (de café com leite), ao menos da forma que é servido aqui, mas eu sou brasileiro e quero beber café expresso! Só pra constar, até hoje quando peço um café, me oferecem leite, e quando digo que não quero, me olham com cara de maluco. Posso ser maluco, mas sou feliz e bebo café expresso puro!

2 anos longe de muitos, mais perto de mim.

Já pararam para pensar que a vida de uma pessoa é como um livro, escrito em tempo real? Felizmente, ou não, jamais teremos acesso a totali...