terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Esperar surpresas, evitar sustos!

Ao imigrar, qualquer um tem que estar pronto para enfrentar desafios diários. Isto demanda preparo!
No caso de Israel, eu fui pego na surpresa logo no aeroporto Ben Gurion. Eu sei que as línguas oficiais são o Hebraico e Árabe, e sei que dentro do governo tem muitos funcionários que sabem muito bem o inglês, portanto, eu estava tranquilo com o fato de saber pouco hebraico na chegada. Conforme a Agência Judaica me disse, ao sair do avião e virar no primeiro corredor, teriam funcionários do Ministério do Interior para me receber, e lá estavam. A surpresa foi que cheguei junto com uma "comitiva" de russos e ucranianos, e depois de ser direcionado para o registro da minha entrada, fui guiado por uma funcionária que só falava em russo! E não é que ela resolveu falar em russo por ter absoluta maioria naquele momento, mas ela realmente pouco falava hebraico, e ao final, quando eu me dirigia ao taxi, ela pediu desculpas num hebraico gaguejante por não falar em inglês. Minha sorte foi ter uma ucraniana que traduziu o que foi dito, pois senão eu apenas ficaria junto a eles feito carrapato até ser direcionado para minha residência.
Este foi apenas o primeiro dos sustos dos quais passei, mas cada vez mais estou mais habituado e sei lidar e contorna los. Afinal, se trata de uma país jovem e com uma grande legião de extrangeiros que estão ainda se debatendo na língua e na cultura, gerando, eventualmente, conflitos nos relacionamentos sociais. Portanto, imigrar demanda paciência e muito preparo prévio, e por isto mesmo eu aconselho a evitar informações muito elogiosas pois elas tendem a criar um referência por vezes falsa ou sobrevalorizada, levando a decepções.
Um dos sustos que eu acompanhei foi há poucos dias, ocorrido com um brasileiro, o qual omitirei o nome para preservar sua imagem. Ele imigrou para cá e veio com ajuda financeira extra, oferecida pela Keren Leyedidut, uma ong canadense de cristãos que apoiam Israel. Não sei dos valores oferecidos, mas uma das condições e que eles não permitem ao imigrante morar num Centro de Absorção, uma residência temporária destinada a imigrantes legais, com valores subsidiados. Ainda mais ao chegar num país novo, alugar um apartamento a distância pode ser bastante dificil ou escolherá opções ruins. Este brasileiro, portanto, buscou por um apartamento e encontrou na cidade de Ramat Gan, próximo a Tel Aviv, e dividiria com uma outra pessoa, que inclusive, disse que ele teria uma oportunidade de começar a trabalhar pouco depois da sua chegada, porém a pessoa é de má indole e o colocou para morar em numa residência sem condições mínimas de higiene, sem lhe oferecer o tal emprego, e poucos dias depois ainda o expulsou de casa. No desespero e sem saber nada de hebraico (não sei a respeito de inglês ou outras línguas), tomou um taxi e foi para Jerusalém, e depois voltou de taxi para Tel Aviv, até que ele se deu conta que não tinha mais dinheiro, pois a primeira parte da ajuda de custo que o governo de Israel oferece no aeroporto ele gastou em viagens de taxi e alimentação.
Resumindo, além da má escolha em acreditar num desconhecido, ainda tomou péssimas escolhas em pegar um taxi para viajar entre cidades, para tentar ter ajuda. Uma corrida de taxi do aeroporto Ben Gurion, que fica na cidade de Lod, até o centro de Tel Aviv sai no mínimo por 120 shekels!
Depois de ter passado algumas noites com outro imigrante brasileiro em Beer Sheva, consiguiram abrir a conta bancária para ele receber a outra metade da ajuda de custo, conseguiram instala lo num apartamento compartilhado com alguém de confiança, também brasileiro, e em breve ele começará a estudar hebraico e a trabalhar.
A minha intenção inicial era falar apenas de alguns percausos que até certo ponto são naturais ao sair do local de onde você mora. Tampouco tenho intenção de julga lo. A mudança para outra cidade ou estado já podem causar isto, mas você estará num ambiente da sua lingua nativa, portanto, tirando algumas gírias, tudo será compreensível. Ao mudar de país é necessário um certo grau de tolerância para o que vai acontecer, e procurar o máximo de informações prévias ajudam a evita las ao máximo e como contorna las  de melhor maneira.
O caso deste brasileiro só mostra como há pessoas inconsequentes e que parecem não compreender que até alguém poder ajuda lo, poderá ser tarde. Eu não quero dizer que todo brasileiro seja inconsequente, apenas estou dizendo de um caso que eu conheço e coincidiu de ser com um brasileiro, que não chegou a passar uma noite de inverno na rua por pouco. Até porque, antes de vir para cá, nos últimos 5 anos em São Paulo, conheci ao menos uns 7 extrangeiros morando na rua por terem se endividado, perdido dinheiro, entre tantas histórias... Eram americanos, sul africanos, australianos, ingleses e argentinos que não sabiam o que fazer para contornar aquela situação, ou seja, quase todos vindos de um país com uma condição socio econômica melhor que a brasileira, e ainda assim, de alguma forma se perderam.
Portanto, meus caros leitores, passar por surpresas é normal e até esperando. Diria até que serve como uma espécie de rito de passagem, mas há que vir preparado, e uma das premissas é não acreditar cegamente em desconhecidos, por maior que seja o índice de honestidade do país em que se chega!

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