quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Importância de aprender língua extrangeira.


Como a humanidade se comunica por diversas línguas, a questão comercial em se aprender uma outra língua é o principal motivo de escolha por uma em detrimento de outra. A origem familiar também pesa bastante na escolha. Para nós, brasileiros, o inglês ainda tem uma importância comercial muito grande. Lembro de antes de estudar no meu mestrado, comentei com amigos que queria estudar alemão, e eles me olhavam como seu eu fosse um doido - afinal, a vida é muito curta para aprender alemão, é uma língua para falar com cachorros... dizem. Iniciei o mestrado, e passei a estudar francês pois considerei que por ser de origem latina, aprenderia mais rapidamente e teria contato com um volume interessante de livros e publicações; daí me chamavam de viado - afinal, é língua de gente fresca. Foi se o tempo em que o francês era ensinado nas escolas públicas. Minha mãe que o diga, pois cresci aprendendo palavras e pequenas expressões em francês. E meu pai pesquisando matemática em francês e as vezes em russo.
Se teve algo que aprendi na vida é a não me basear na vontade dos outros, senão faremos tudo, e não teremos nada, e ainda seremos infelizes. Deixe o preconceito alheio de lado e siga suas vontades. Um dia voltarei a estudar francês e começarei a estudar alemão.
Aprender uma outra língua, ou outras línguas, tem implicâncias muito maiores do que abrir portas para um emprego melhor, afinal de contas, a vida não pode ser baseada em trabalho e carreira. É claro que isto é importante, não dá pra viver apenas de amor, porém resolvi listar aqui alguns motivos para se dedicar a este estudo:

  • Ampliar a visão de mundo - Cada língua atravessa caminhos para chegar a um mesmo objetivo: expressar uma necessidade ou um desejo. Compreender uma nova língua o fará entender melhor como se comportam algumas pessoas. Acredite ou não, parte do comportamento humano está diretamente ligado a língua que falamos. Os franceses, por exemplo, são muito formais, tendo pronomes para uso formal e uso íntimo. Tecnicamente também temos com o português - Senhor e Senhora são pronomes de tratamento formal, denotam certa distância e por isto mesmo não permitem intimidade, mas a Igreja Católica adotou o termo Senhor para traduzir o nome de D'us na Bíblia, ou estes pronomes são associados uma idade avançada, existe receio em usa los por conta disto;
  • Compreender uma sociedade através de canais diretos, sem intermediários. No caso de Israel, quantas vezes não se escuta das atrocidades cometidas pelo Exército ou Governo de Israel, sendo que não se tratava daquilo que foi dito? Enquanto escrevo isto, haviam notícias por aqui a respeito de um falso alarme de ataque aéreo em Tel Aviv e região, assim como é quase diário notícias de mísseis lançados de Gaza para cá, que felizmente caem no deserto, mas não são noticiados no Brasil, e quando ocorre uma incursão militar lá, somos acusados de ter começado um novo conflito;
  • Olhar para sí próprio através de uma nova perspectiva. Coisas que nos parecem óbvias, nem sempre o são para outros. Quem fala inglês como língua nativa, por exemplo, se depara com outra realidade quando vão a países de língua românicas, como francês, espanhol, italiano e o nosso português, pois nossas palavras tem gênero, e no inglês não;
  • Expresões idiomáticas são expressões de uma sociedade e refletem sua forma de ser. Este tipo de exercício mental é ótimo para mante la saudável, pois passaremos a pensar em diversas forma para expressar o mesmo em cada idioma. Há diversos estudos que mostram que falar com frequência duas ou mais línguas provoca melhoras no nosso cérebro, provocando melhoras em funções cognitivas e resolução de conflitos;
  • Melhorar sua experiência turística - sabendo o idioma local, ou uma segunda língua, as chances de você receber dicas de locais a visitar, que estão fora de roteiros turísticos, aumenta significativamente;
  • Ampliar suas fontes de pesquisa - diversos trabalhos acadêmicos são publicados em diversas línguas, e ter acesso a elas nos abre os olhos para um mundo diferente e reforça nossas pesquisas;
  • Toda tradução é uma interpretação, pois cada língua tem suas regras gramaticais, e eventualmente as palavras tem duplo ou mais sentidos, que só são percebidos em determinados contextos. Por isto mesmo um tradutor automático pode ser bom, mas também pode nos levar a erros grosseiros. No Brasil podemos dizer que algo é gostoso, por exemplo, pão de queijo; mas também podemos dizer que alguém é gostoso, para falar de uma pessoa sensual aos olhos de outra. Em inglês e no hebraico temos o verbo Ficar em Pé, no português não;
Encontrei um ranking das línguas mais faladas no mundo atualmente, segundo este site:
  1. Mandarim - 1,2 bilhões de falantes;
  2. Espanhol - 400 milhões;
  3. Inglês - 360 milhões;
  4. Árabe - 267 milhões;
  5. Hindi - 260 milhões;
  6. Português - 215 milhões;
  7. Bengali - 170 milhões;
  8. Russo - 170 milhões;
  9. Japonês - 130 milhões;
  10. Punjabi - 100 milhões.
Mas note que este ranking se refere a quantidade de pessoas falantes, e não a importância econômica ou histórica dos países envolvidos, ou eventualmente a quantidade total de falantes se considerarmos a 2ª língua - neste caso, este ranking está quase totalmente errado.
Enfim, procurar por uma língua extrangeira, ainda mais se for por vontade própria, alheio a necessidades comporativistas, pode ser uma experiência muito interessante e provocar um engrandecimento pessoal também.
Na minha experiência, tendo a Língua Portuguesa como língua nativa, o Inglês como segunda e como língua franca, a Língua Espanhola como língua de apoio (eu me atrapalho todo com o espanhol) e agora a Língua Hebraica como 2ª língua, posso dizer que saber outras línguas fez me crescer com o Hebraico, pois muitas vezes numa língua encontrava a resposta direta que a Língua Português por vezes não me dava. Um exemplo simples é o verbo Esperar, que pode ser entendido como ter esperança ou aguardar, ou o verbo Tocar, que pode ter o sentido de tocar em alguém ou algo, ou tocar um instrumento - são tipicos exemplos que podem gerar confusão.
Chama me a atenção o número de pessoas interessadas no Português, por exemplo. O Gavin Roy, que possui um canal no Youtube, aprendeu sozinho, fez um intercâmbio no Brasil, e hoje além de lecionar inglês a brasileiros, também está aprendendo tcheco. Já o Axel é um alemão que também aprendeu sozinho o português do Brasil. O Aleksey Valeks é um russo e já expressou sua vontade de morar no Brasil.
No caso do hebraico, uma clara vantagem é de ler a parte inicial da Bíblia, que chamamos de Tanakh (Torá, Neviim e Ktuvim, ou simplesmente o Pentateuco, Livro dos Profetas e Os Escritos), que originalmente foi escrita em hebraico, bem como entender as poesias e romances escritos neste idioma, como os de Amós Oz e Yuval Harari.
Finalizo com um vídeo do Paul Lang, do canal LangFocus, com um vídeo sobre as caraterísticas e história da Língua Hebraica, diferenças entre Hebraico Bíblico e Moderno, e também comenta um pouco dos motivos que o levaram, mesmo não sendo judeu ou cidadão de Israel, a aprender Hebraico, embora ele reconheça que seja num nível intermediário. OBS: Há como colocar legendas em Português.

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