O país é constantemente atacado, mesmo após seguidos acordos de cessar fogo com o grupo terrorista Hamas. A primeira cidade que morei aqui, Beer Sheva, tem sido alvo desde o ano de 2018, quando diversas vezes as sirenes por lá tem soado, além de um foguete tendo atingido o quintal de uma residência.
A princípio, por ser o centro econômico do país, a área com maior concentração populacional e ter uma das centrais de comando do Exercito, a região é muito protegida. Por estar mais distante, é também de mais difícil alcance, embora há tempos os foguetes estejam chegando perto, como na cidade vizinha ao sul, Bat Yam, além do litoral.
Eu assistia a TV quando as sirenes soaram em torno das 21:00 hora local. Fui para a escadaria, conforme procedimento de segurança, e lá fiquei cerca de 2 minutos após o final do soar.
Obviamente eu não estava calmo (longe de estar desesperado), mas várias reações ao meu redor me acalmaram e me fizeram bem. A primeira e providencial foi a presença de um nativo aqui, que manteve se calmo o tempo inteiro, de modo muito natural, e voltando a assistir TV assim que as sirenes pararam.
Prefeitura de Sderot: Prefeitura de Tel Aviv, um pouco de barulho pressionou vocês? Estão convidados para aos "abrigos" junto a nós, evento vip e hospedagem testadas. |
Iron Dom em ação em Tel Aviv. Foto: Tom Gott |
Não é uma situação de guerra o que se vive aqui. Também não estou aqui para dizer que somos um bando de coitados e sofredores, que nada de mau fizemos e que somos apenas vítimas das circunstâncias, mas um grupo que em muito defende que só tem pedras para se defender, que vivem em estado de imensa pobreza, de onde vem "tais pedras" que voam quilômetros de distância?
De todo modo, estamos muito bem, e a segurança pelas ruas, marca registrada aqui, continua muito boa. Nestes quase 2 anos morando aqui, acompanhei apenas 4 casos de assaltos nas ruas, sendo dois em Beer Sheva e dois assaltos em Tel Aviv. É obvio que tem mais, mas estes chamaram a atenção, e de todo modo, onde quer que andemos, andamos tranquilos de que muito raramente seremos importunados, e também por este motivo, não tenho por que deixar Israel.
Fiquei bastante intrigado com as observações feitas por uma israelense de origem brasileira, há 40 anos morando em Israel, e as relações deste ataque com as eleições, e também com futuros eventos, como a Eurovision.
"O Hamás ficou preocupado com a possibilidade do Bibi não ser eleito e decidiu usar o velho recurso, que comprovadamente funciona: ataques terroristas às vésperas de eleições em Israel. EU NÃO ESTOU DIZENDO QUE FOI O BIBI QUE PEDIU O ATAQUE - mas ele se beneficia eleitoralmente. A população fica com raiva e se volta para a direita.
Por que o Hamás quer que o Bibi vença as eleições?
1) Porque com o Bibi não há chance de haver negociações para a criação de um estado palestino - e eu, você e toda a torcida do Flamengo sabemos que eles não querem ter um estado.
2) O mundo ocidental não gosta do Bibi - e assim o Hamás ganha a simpatia do mundo ocidental sem precisar fazer nenhum esforço.
3) Sem terem um estado, o mundo ocidental continua despejando dinheiro a rodo sobre os palestinos - dinheiro que, evidentemente, vai parar no bolso dos líderes corruptos e não é usado para aliviar a miséria verdadeira do povo.4) Há ainda um motivo interno - hoje houve uma enorme manifestação em Gaza contra o Hamás, por causa da difícil situação econômica em que vive o povo. Atacando o centro de Israel, Tsahal responde, e o povo de lá desvia a raiva contra Israel."
Judite Orensztein
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