quarta-feira, 18 de abril de 2018

Ver para crer. Visitar para sentir.

Israel não é um país fácil de entender.
Explicações externas tentam, mas em geral em vão, explicar os desafios da vida cotidiana e política no único país judaico do mundo.
E minha observação não se baseia no fato de eu ser judeu e morar aqui. Seja pelo lado positivista ou negativista, as observações sobre Israel são exageradas, infelizmente, muito mais por quem a critica. Nomes com a capacidade de análise histórica e que mantenham o respeito são poucos.
Lembro de ter lido uma das últimas notas oficiais do PSOL, onde um texto lotado de ódio, quase babando sangue, vem querer desqualificar ações militares de defesa de Israel. Se as observações se baseassem em abusos, seria de se levar em consideração, mas quando parte do princípio de línguajar chulo e cretino, com termos como banho de sangue e estado genocida, ultrapassa se claramente o limite entre critica a atuação e passa a se questionar a soberania nacional, o que é algo extremamente perigoso. A primeira é plenamente justificavel, desde que embasada, mas infelizmente, o partido não tem capacidade disto, e por isto mesmo, desde a sua fundação, corre por fora em qualquer cargo que dispute. São poucos os personagens ligados ao partido que tenham um viés neutro, e quem defenda Israel beira a neutralidade.
Não entrarei no mérito do conflito ocorrido ao Sul, pois pouco acompenhei o caso. Tanto que um jornalista brasileiro tentou obter informações comigo e creio ter sido muito vago. Abordo apenas do que sei! A questão é que os últimos conflitos, em 2017 e até a presente data em 2018, a segurança nacional saiu inabalada.
Esta semana eu tive a ilustríssima presença dos meus pais e irmã, comemorando o Pessach e matando as saudades deste quase um ano de distância. E chegaram pouco tempo após os conflitos na fronteira com Gaza. Logo nas primeiras horas, minha mãe, em sua primeira vez na Terra Santa, observou o quando as pessoas andam despreocupadas pelas ruas, e na quantidade de bancos pelas ruas, e como as pessoas a ocupam, transformando as em locais de socialização.
Pessoas próximas a ela, incluindo familiares, a aconselharam a não vir, acham que andamos nas ruas desviando de bombas e tiros, sendo que em momento algum ela sentiu qualquer medo ou inseguraça enquanto esteve aqui. é engraçado saber que até familiariares deram esta recomendação, sendo que o filho dela, eu no caso, está aqui e nunca fez qualquer menção a insegurança. Se ela estaria em risco ao vir, eu já estou há tempos.
Só faltaram minha outra irmã e meu sobrinho. No Yad Vashem.
É compreensível a preocupação, pois é algo fora da realidade brasileira. No Brasil a preocupação é em não andar com muito dinheiro no bolso, pois se pode ser assaltado, ou "ostentar" um celular novo, joiais, relógio - é "pedir para ser assaltado", e ainda dirão que a culpa é sua, da vítima. É ver notícias de chacinas, se indignar num dia, e nem pensar mais nisto no outro. Mas o problema é a guerra (que não existe) entre judeus e palestinos pelo controle em Israel.
Aqui se retira dinheiro no meio da rua, no meio da feira, sem diversos dispositivos de segurança comuns no Brasil.
Umas semanas antes da vinda deles, um amigo dizia que a relação que os país dele tinham com Israel também era de total preocupação, mas que após a visita, passaram a enxergar um país incompreendido, com seus vicios e desafios, problemas e soluções, e sairam muito mais tranquilos "em deixar" seu filho aqui. No fundo, embora eu ainda não tenha conversado muito com eles a respeito, creio que o mesmo ocorreu. E embora a saudade seja grande, e os convites para uma volta foram mantidos, viram o que eu lhes relatava, e mais, a respeito das possibilidades de crescimento profissional e pessoal, que foram muitos dos atrativos para a minha vinda.
Embora eu também me sinta triste em não haver qualquer chance de negociações de paz entre Israel e Palestinos, por culpa de ambos os lados (não vou aqui medir o mais culpado ou o mais inocente), a vida que se leva aqui é muito mais leve que no Brasil, mesmo nos aureos tempos de crescimento de 7% do PIB. Mesmo amigos vindos de paises desenvolvidos, como EUA, Bélgica ou Canadá, relatam a violência tem crescido, incluindo a terrorista, enquanto em Israel ela diminui a passos largos.
Independentemente da sua posição político-partidária, crença religiosa, fica o convite a visitar o país e ver com seus próprios olhos onde está o tal apartheid tão comumente dito, ou a insegurança nas ruas, o que o conflito com palestinos tem produzido: De um lado um país com uma economia punjante, do outro, se questione até que ponto Israel é responsável pelas mazelas daquela população. Eu ainda não tenho respostas para esta questão de difícil, e por isto compartilho aqui algo que também busco saber. Não estou, entretanto, dizendo que não exista qualquer destrate aos palestinos, mas a noção de apartheid é de segregação institucional de uma nação a seus prórios cidadãos, como o que ocorreu na África do Sul e Estados Unidos. Como ainda não tive qualquer possibilidade de visitar a Cisjordania, prefiro não emitir qualquer opinião a respeito.

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